ARTIGO ORIGINAL

 

BEACH TENNIS EM FLORIANÓPOLIS: ASPECTOS HISTÓRICOS E PERSPECTIVAS DA MODALIDADE

 

BEACH TENNIS IN FLORIANÓPOLIS: HISTORICAL ASPECTS AND PERSPECTIVES OF THE MODALITY

 

BEACH TENNIS EN FLORIANÓPOLIS: ASPECTOS HISTÓRICOS Y PERSPECTIVAS DE LA MODALIDAD

 

Henrique Cargnin Domingos  

Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC

dom.henrique@hotmail.com

 

Sabrina Furtado  

Universidade Federal do Paraná – UFPR

E-mail: sabrina_mfurtado@hotmail.com

 

Rubian Diego Andrade  

Universidade Federal de Juiz de Fora - Campus Governador Valadares - UFJF-GV

E-mail: rubian.andrade@ufjf.br

 

Data de Submissão: 25/05/2023 Data de Publicação: 05/07/2023

Como citar: DOMINGUES, H. C.; FURTADO, S.; ANDRADE, R.D. Beach Tennis em Florianópolis: aspectos históricos e perspectivas da modalidade. Revista Eletrônica Nacional de Educação Física, v. 14, n. 22, jul. 2023. https://doi.org/10.46551/rn2023142200073

 

RESUMO

O Beach Tennis (BT) é um esporte de praia jogado com raquete, nascido na Itália e oficializado em meados dos anos 1996. Desde sua oficialização, o BT foi disseminado para diversos países do mundo, até chegar ao Brasil em 2008. O Brasil é considerado uma das potências mundiais da modalidade dada a sua crescente popularidade no país. Florianópolis é uma capital brasileira que tem um estilo de vida e disposições geográficas favoráveis à prática de BT. Acreditando nisso, o presente estudo buscou delinear o histórico e o avanço da modalidade após a sua chegada no Brasil e em Florianópolis, compreendendo como ocorreu o processo de desenvolvimento e popularização deste esporte. Trata-se de um estudo bibliográfico e histórico documental. Foram realizadas pesquisas nas bases de dados Google Acadêmico, utilizando os termos “Beach Tennis” (AND) “Brasil”. Além disso, o “Google Trends” foi utilizado como ferramenta para compreendermos o interesse da população brasileira em relação ao esporte em um determinado momento. Por se tratar de uma modalidade recente para o mundo e para o Brasil, a produção científica acerca do BT ainda caminha a pequenos passos. Florianópolis tem características muito favoráveis à prática de BT. Uma população ativa, um bom nível de qualidade de vida e espaços ideais para a prática da modalidade. Identificou-se crescente procura da modalidade na plataforma de tendências do Google o que reflete o crescimento exponencial de arenas para a prática da modalidade em Florianópolis.

Palavras-chave: Beach Tennis. Esportes de areia. História.

 

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ABSTRACT

Beach Tennis (BT) is a beach sport played with a racket, born in Italy and made official in the mid-1996s. considered one of the world powers of the modality given its growing popularity in the country. Florianópolis is a Brazilian capital that has a lifestyle and geographic dispositions favorable to the practice of TP. Believing this, the present study sought to outline the history and advancement of the sport after its arrival in Brazil and Florianópolis, understanding how the process of development and popularization of this sport occurred. It is a bibliographical and documental historical study. Searches were carried out in the Google Scholar databases, using the terms “Beach Tennis” (AND) “Brazil”. In addition, “Google Trends” was used as a tool to understand the interest of the Brazilian population in relation to sport at a given time. Because it is a recent modality for the world and for Brazil, the scientific production about TP still walks in small steps. Florianópolis has very favorable characteristics for the practice of TP. An active population, a good level of quality of life and ideal spaces for practicing the sport. A growing demand for the modality was identified on the Google trends platform, which reflects the exponential growth of arenas for the practice of the modality in Florianópolis.

 

Keywords: Beach Tennis. Sand sports. History.

 

 

RESUMEN

El Beach Tennis (BT) es un deporte de playa que se juega con raqueta, nacido en Italia y oficializado a mediados de la década de 1996. considerada una de las potencias mundiales de la modalidad dada su creciente popularidad en el país. Florianópolis es una capital brasileña que tiene un estilo de vida y disposiciones geográficas favorables a la práctica de TP. Creyendo esto, el presente estudio buscó delinear la historia y el avance del deporte después de su llegada a Brasil y Florianópolis, comprendiendo cómo ocurrió el proceso de desarrollo y popularización de este deporte. Es un estudio histórico bibliográfico y documental. Las búsquedas se realizaron en las bases de datos de Google Scholar, utilizando los términos “Beach Tennis” (AND) “Brasil”. Además, se utilizó “Google Trends” como herramienta para comprender el interés de la población brasileña en relación al deporte en un momento dado. Por tratarse de una modalidad reciente para el mundo y para Brasil, la producción científica sobre PT aún camina a pequeños pasos. Florianópolis tiene características muy favorables para la práctica de TP. Una población activa, un buen nivel de calidad de vida y espacios ideales para la práctica del deporte. Se identificó una creciente demanda de la modalidad en la plataforma de tendencias de Google, lo que refleja el crecimiento exponencial de arenas para la práctica de la modalidad en Florianópolis.

 

Palabras llave: Tenis Playa; Deportes de arena; Historia

 

 

INTRODUÇÃo

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O Beach Tennis (BT) é um esporte que surgiu na cidade de Ravenna, na Itália, na década de 1990. A modalidade foi desenvolvida com base e similaridade em outros esportes como o Vôlei de Praia, Tênis de Campo, Frescobol e Badminton (Evangelista, 2012). A mesma ainda é caracterizada por Santini e Mingozzi (2017) como uma versão facilitada do Tênis de Campo, uma vez que o esporte era praticado por jogadores de Tênis e por simpatizantes da modalidade que, na década de 80, utilizaram quadras de Beach Volley para praticar o Tênis de uma forma mais descontraída e recreativa.

Inicialmente o jogo não possuía qualquer regra formal e definida, bem como não havia equipamentos e estruturas específicos para sua pratica. Os praticantes utilizavam raquetes feitas de madeira, bola de tênis oficial, também não havia rede, ou quando havia, a altura não era padronizada, e a demarcação das quadras era feita com os pés (Santini; Mingozzi, 2017). Em meados de 1996 as regras do BT começaram a ser instituídas, e os padrões dos instrumentos, área de jogo, pontuações, entre outras características foram formalizadas (Santini; Mingozzi, 2017).

Atualmente, o BT é praticado com raquetes específicas, bola de tênis ‘laranja’ nível 2, com pressão 50% menor do que a do tênis oficial (mais macias e lentas), em quadras de areia com medidas de 16x8 metros e rede com altura de 1,70m para todos os eventos femininos (Pro Circuit), para duplas (Pro Circuit) e categorias abaixo de 18 anos. Já para os eventos masculinos (Pro Circuit) a altura da rede deve ser de 1,80m (CBT, 2021; ITF, 2023). O BT é jogado em dupla (2x2), podendo o modelo 1x1 também ser jogado oficialmente (neste o tamanho da área de jogo é alterado). A partida é jogada oficialmente à melhor de 3 sets (um time/jogador precisa vencer 2 sets para vencer a partida). Atualmente o BT é considerado um esporte profissional, regulamentado pela International Tennis Federation (ITF)[1], a federação que originalmente regulamenta o Tênis de Campo (CBT, 2021).

Desde a sua oficialização em 1996, o BT vem ganhando adeptos em todo o mundo. Segundos dados da ITF, em 2019 cerca de 4 milhões de atletas disputaram ao menos um campeonato chancelado pela organização, em mais de 50 países em todo o globo (ITF, 2020).  A rápida disseminação do esporte, bem como a adesão em grande escala, deu-se pelas características de fácil aprendizagem, baixo custo dos equipamentos, e ambiente de prática descontraído.

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No Brasil, estima-se que a modalidade tenha começado a ser desenvolvida no ano de 2008, e de acordo com a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) - órgão regulador do Tênis de Campo e do BT no Brasil - o esporte se expandiu inicialmente para diversas cidades litorâneas como Rio de Janeiro, Fortaleza, Guarujá, Santos e Florianópolis. Entretanto, com a rápida difusão do esporte, o mesmo chegou também a cidades não praianas como Belo Horizonte, Brasília e Araraquara, representando uma expansão significativa em todo o país (CBT, 2021). Ainda, segundo a entidade o Brasil conta hoje com mais de 1milhão de praticantes (filiados e informais) (cerca de 5 mil filiados a CBT), e a realização de mais de 250 torneios anuais chancelados (CBT, 2023).

Além da expressão considerável em número de praticantes, o Brasil também se destaca na modalidade, devido a resultados positivos alcançados mundialmente nas competições de BT. A CBT publicou em sua página oficial que o Brasil teria sido considerado pela ITF como a segunda maior potência do esporte a nível mundial, estando atrás apenas do país criador: a Itália (CBT, 2021). Um marco que aponta para este diagnóstico é o fato de que o país nos últimos 3 anos foi sede do campeonato de maior relevância para a modalidade, o “ITF Beach Tennis World Cup.

Nesse contexto, um dos locais relevantes para o desenvolvimento do BT no Brasil, é a cidade de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina. A cidade conta com um vasto território praiano e uma população que tem um estilo de vida inclinado à prática de esportes na natureza e ao ar livre. A cidade foi apontada pela pesquisa VIGITEL Brasil (2020) - Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico - como a mais ativa do país em relação aos homens, e a 5ª (quinta) mais ativa em relação às mulheres.

Florianópolis é também uma das cidades brasileiras com a população mais bem remunerada, ocupando o 14º lugar no ranking do IBGE no ano de 2021. Não obstante, na última década diversas arenas de esportes de areia foram inauguradas na cidade em locais mais centrais e distantes da praia, empreendimentos estes que foram impulsionados pela grande demanda de praticantes de BT na região (Silva; Cisz, 2020).

É importante ressaltar também que Florianópolis é a cidade natal do atleta Guga Kuerten (maior tenista profissional brasileiro, tri campeão do torneio de Roland-Garros - 1997, 2000, 2001), o que pode ter popularizado a modalidade de Tênis de Campo na cidade. Ocorre que o Tênis é um esporte elitizado e de difícil aprendizagem, com equipamentos e materiais, bem como aulas a um preço alto e necessidade de apuração técnica para a execução dos golpes (Chiminazzo, 2005). Já o BT se configura como um esporte de fácil aprendizagem que permite aos praticantes um bom desempenho em pouco tempo de treino (CBT, 2021).

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Considerando este potencial crescimento, a popularidade da modalidade, bem como a possibilidade de a cidade de Florianópolis em sediar eventos, acredita-se que descrever os aspectos relacionados à evolução histórica do esporte, bem como suas perspectivas para o futuro, seja um fator que possa vir a contribuir para a disseminação da mesma, não só na cidade de Florianópolis, mas em todo território nacional. Além disso, o BT ainda é uma modalidade que carece de referencial teórico na área da pesquisa, visto a escassez de estudos publicados em revistas científicas qualificadas (Takayama; Vanzuíta, 2020). Assim, o presente estudo tem por objetivo relatar o histórico sobre a chegada e a difusão do BT em Florianópolis, bem como identificar a possibilidade de crescimento da modalidade na cidade.

 

MÉTODO

Trata-se de um estudo bibliográfico e histórico documental acerca da prática de BT em Florianópolis. Foram realizadas pesquisas nas bases de dados Google Acadêmico, utilizando os termos “Beach Tennis” (AND) “Brasil”. Porém, pela falta de publicações sobre o assunto estudado, também foram utilizados para a pesquisa matérias de jornais, e livros a respeito da modalidade e buscas em documentos oficiais das entidades regulamentadoras, como Federações e Confederações, também serviram de base para o levantamento bibliográfico.

 Além disso, foi realizado um levantamento no “Google Trends”, uma ferramenta do Google que possibilita saber o quão popular é um termo em um determinado momento a partir do ano de 2004, quando esta foi criada. Os números representam o interesse de pesquisa (relativo ao ponto mais alto no gráfico) de uma determinada região em um dado período. Um valor de 100 representa o pico de popularidade de um termo. Um valor de 50 significa que o termo teve metade da popularidade. Uma pontuação de 0 significa que não havia dados suficientes para apresentar pesquisas sobre o termo.

Para a realização do mapeamento utilizou-se o termo “Beach Tennis Florianópolis” na plataforma do Google Maps, sendo coletado apenas as arenas que estavam disponíveis no mapa no dia da coleta de dados em agosto de 2022.

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Por meio da plataforma “Tênis Integrado” foi possível realizar um levantamento sobre as variáveis dos números de torneios e número de inscritos de todos os torneios realizados entre 2015 (ano em que os dados começaram a ser registrados) e 2021, levando em conta apenas torneios de BT, amador e profissionais, realizados pelas FCT, CBT e ITF, órgãos oficiais do BT no Mundo e no Brasil. Esses torneios são divididos em categorias, desde a mais iniciante a mais avançada chegando aos profissionais. Todos os torneios chancelados com categorias amadoras deverão obrigatoriamente ter: a) Categorias de nível técnico A, B, C nas duplas femininas e masculinas; b) Categoria por idade 40+ duplas femininas e duplas masculinas; c) Categoria juvenil, sub 14; e d) Todos os torneios chancelados deverão ter a categoria profissional CBT ou ITF. Um atleta só pode se inscrever em mais de uma categoria se for no 40+, caso contrário os atletas só podem se inscrever em uma categoria. Deste modo o número de inscrições não corresponde diretamente ao número de atletas inscritos. Todos os atletas devem realizar o cadastro na plataforma Tênis Integrado para que possam competir em torneios oficiais, bem como todos os torneios oficiais realizam suas inscrições por intermédio da plataforma.

Um ponto relevante nesse quesito, é o de que muitos praticantes de Beach Tennis, não estão filiados a CBT, e consequentemente não utilizam o sistema. Tal dado explica a diferença significativa entre o número de praticante (cerca de 1 milhão) e o número de filiados (5 mil). Nesse caso, os praticantes estão inseridos em um contexto informal, onde tanto a prática por si, quanto a competição estão ligadas a questões sociais e afetivas.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃo

Considerações iniciais sobre a modalidade

Desde a sua criação até os dias de hoje o BT e seus equipamentos sofreram algumas modificações. Santini e Mingozzi (2017), os quais são uma das únicas referências sobre BT no Brasil, descreve que inicialmente o jogo não possuía qualquer regra bem definida e nem equipamentos específicos. Os praticantes utilizavam raquetes feitas de madeira, bola de tênis oficial, também não havia rede, ou quando havia, a altura não era padronizada, e a demarcação das quadras era feita com os pés (Santini; Mingozzi, 2017).

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Atualmente o BT é considerado um esporte profissional, regulamentado pela International Tennis Federation (ITF), a federação que originalmente regulamenta o Tênis de Campo (CBT, 2021). Não obstante, há uma organização chamada International Federation of Beach Tennis (IFBT), que foi fundada em 1995. Trata-se de uma associação sem fins lucrativos composta por federações nacionais autônomas e independentes, além de outras organizações nacionais que contribuem para o BT. A IFBT conta com associados no mundo inteiro e possui um papel importante na modalidade, tendo em seu histórico a organização de vários torneios, que são válidos apenas para o ranking dos atletas da IFBT (IFBT, 2021), não valendo para a ITF a qual é a oficial.

O BT possui uma gama diversa de praticantes. Segundo Santini e Mingozzi (2017) isto está associado ao fato de o BT possuir uma aprendizagem democrática. Takayama e Vanzuíta (2020) corroboram e acrescentam que isso se deve pela leveza e ludicidade sentida no momento do jogo, tornando um momento de informalidade e descontração. Desta forma, é comum, por exemplo, encontrar indivíduos de diferentes faixas etárias, condições físicas e estágios de aprendizagem praticando a modalidade.

Como qualquer modalidade esportiva, o BT se realizado sem orientação profissional, pode gerar lesões significativas. Iniciantes sem uma devida avaliação e atletas profissionais podem ser prejudicados pelo treinamento sem orientação. Segundo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2020) estima-se que 25% dos adultos sejam sedentários e atingindo 80% dos jovens. Sendo assim, a falta de orientação e preparo físico em conjunto com o aumento da prática, está associada a um aumento considerável nas incidências de lesões. Sendo elas as entorses articulares, principalmente de membro inferior, lesões musculares e lesões crônicas como: epicondilite lateral do cotovelo, rupturas do manguito rotador, cisto de punho entre outras, as principais lesões que acometem os praticantes de BT (Santini; Mingozzi, 2017);

Algumas modalidades apresentam em sua construção a possibilidade legal de serem ensinadas sem que o treinador seja formado em Educação Física, como é o caso das artes marciais e da dança. A bagagem do atleta, seu conhecimento das regras e experiência em torneios ainda é suficiente para que se torne válida a possibilidade do ensino (Conjur, 2020).

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Porém, segundo a Lei 9696/98, salvo algumas exceções previstas como no caso de profissionais provisionados, o exercício das atividades profissional no âmbito da atividade física e esportes é prerrogativa dos profissionais regularmente registrados nos Conselhos Regionais de Educação Física (CREF), tendo em vista que para além da técnica, são necessários conhecimentos específicos como demandas fisiológica e motoras, aspectos didáticos e humanos (BRASIL, 1998). No entanto, conforme já anteriormente citado, devido a popularização rápida e não regulamentada, é comum que, como acontece em outros esportes, atletas se tornem por consequência professores e disseminadores da modalidade. Como por exemplo, em recente ação envolvendo um profissional de BT em Florianópolis. No entendimento do Juiz da 4ª Vara Federal de Florianópolis “não há norma legal estabelecendo que apenas os diplomados em educação física podem atuar como instrutor técnico de Beach Tennis”. Desta forma, o magistrado concedeu liminar para que o profissional continuasse exercendo a profissão, sem a necessidade de diploma ou inscrição no CREF (Justiça Federal de Santa Catarina, 2022).

No entanto, é importante ressaltar a necessidade de conhecimento teórico no processo de ensino e aprendizagem de modalidades esportivas. Demo (2015) afirma que apenas a transmissão de conhecimento não se faz necessário para libertar e ensinar, são necessários alguns passos para que o conhecimento seja ensinado e transmitido para alguém. Segundo o autor, estar sempre se capacitando, pesquisando e respeitando a ciência é um dever de qualquer professor.

Além disso, professores de BT que são profissionais de Educação Física habilitados, possuem bagagem teórica para buscar pautar seus processos de ensino em diversas referências da aprendizagem motora, como organização da prática, classificação das habilidades motoras e feedback enfatizado por Tani e Corrêa (2016) bem como nos aspectos do treinamento esportivo. Neste último destacam-se os saberes na área da fisiologia do exercício, da biomecânica e da psicologia do esporte, fundamentais para o bom desenvolvimento de técnicas e para a evolução saudável (física e mental) do indivíduo na prática esportiva (Da Costa, 2006).

 

Beach Tennis no Mundo

Segundo a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) - órgão regulador do tênis no Brasil - o BT tem sua origem informal em meados dos anos de 1987 na província de Ravena, na Itália, o qual segundo Mingozzi (2017) era chamado de “Racchetoni” pelos primeiros praticantes. Em 1996 a ITF (Internacional Tennis Federation) profissionalizou o BT, deixando-a com características e regras padronizadas.

Porém, o esporte já havia sido estruturado e criado pela International Federation of Beach Tennis (IFBT), por meio do Dr. Giandomenico Belletini, fundador da IFBT, inventor das raquetes de grafite e fibra de vidro usadas para a prática do esporte e criador inicial das regras do BT, bem como o nome internacionalmente conhecido do esporte “Beach Tennis”, a qual já estava, desde 1995, realizando encontros e torneios amadores (IFBT, 1997).

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Segundo a IFBT (2021) a Federação é amplamente difundida em todo o mundo e tem a adesão e filiação de 71 nações. Todo ano são mais de 500 torneios da marca IFBT e também inclui treinamentos e capacitações. Até o momento, 3.000 instrutores foram certificados em todo o mundo. A Associação gerencia um circuito competitivo que inclui torneios organizados em diversos países, entre eles a: Finlândia, África do Sul, Austrália, Brasil, EUA, Espanha, entre outros.

A IFBT é, portanto, uma federação que se dedica exclusivamente para o BT, sendo grande responsável pela disseminação e estruturação do BT pelo mundo, porém atualmente não é considerada a federação oficial, já que desde 1996 a ITF é considerada o órgão internacional responsável pelo esporte no mundo (ITF, 2021). A “dupla gestão” da modalidade é um dos aspectos que dificultam sua expansão. Assim, alguns atletas defendem a criação de uma federação própria (Guiducci; Danailof; Aroni, 2019).

Não se sabe exatamente como nasceu o BT. Existem relatos, segundo a IFBT (2021), que no começo dos anos 80 em alguns estabelecimentos balneários, que ficam nas extensões de areia das praias de Ravena (Itália) e são famosos por atrair diversos turistas, um novo esporte surgiu jogado nas quadras de vôlei de praia. Segundo a instituição, muito provável que tais relatos da época remetiam ao nascimento do BT. A evolução do esporte se deu por meio de entusiastas que, ao conhecer a modalidade nas praias da costa italiana, foram adaptando o estilo do jogo. Inicialmente era muito rudimentar, desde regra, até equipamentos, porém com persistência e dedicação a evolução foi acontecendo aos poucos. A rede, que no início, era a mesma altura do Vôlei de Praia, passou então a ser 1,70 m, o que deu mais velocidade e dinamismo ao jogo. Devido a informalidade do esporte na época e por fazer muito frio no inverno, foi criado uma modalidade conhecida por “Gym Tennis” a qual era a mesma que o BT, porém praticada nas quadras de Vôlei em ginásio, portanto pelo fato da quadra ser mais rápidas, os praticantes subiam a rede de 1,70 m para 1,85 m (IFBT, 1997).

 

Beach Tennis no Brasil

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Segundo Santini e Mingozzi (2017), foi por meio de Gianluca Padovan, atleta de BT italiano que ao se mudar para o Rio de Janeiro em 2006, observando que a modalidade ainda não era conhecida pelos cariocas, auxiliou o esporte a dar seus primeiros passos no Brasil. Após fixar-se no Brasil, Padovan abriu uma comunidade na rede social da época, o Orkut, e lá iniciou o trabalho de propagação do esporte com publicações sobre o tema. No entanto, foi somente em 2008, após conhecer Joana Cortez, ex-tenista, que de fato o BT inicia sua jornada pelo país (Santini; Mingozzi, 2017).

Mesmo com pouco conhecimento das regras do esporte, Joana Cortez e Padovan ensinaram a modalidade aos cariocas que tinham interesse. Assim montou-se na cidade do Rio de Janeiro a primeira rede e quadra oficial de BT no Brasil. Alguns meses depois, no final de 2008 ocorreu o primeiro torneio, promovido pela Federação de Beach Tennis do Estado do Rio de Janeiro (FBTERJ), sendo este um marco histórico do início do BT no Brasil (Santini; Mingozzi, 2017). Foi a partir deste evento que o esporte criou grandes raízes em solo brasileiro, se espalhando rapidamente por todas as regiões, principalmente as litorâneas (Chaves, 2019). 

O Brasil é considerado uma potência mundial no BT. Atletas brasileiros lideram competições e protagonizam o ranking mundial atual da modalidade. No site da ITF (2019) os atletas brasileiros ganharam destaque em um artigo que narrava a brilhante e vitoriosa participação da delegação do Brasil no Campeonato Pan Americano de Beach Tennis, realizado pela própria Federação.

Beach Tennis em Florianópolis

Após a chegada do BT no Rio de Janeiro, a modalidade se propagou por diversas regiões praianas do Brasil, não sendo diferente em Florianópolis. Os primórdios do BT em Florianópolis, segundo a ABTJoaca (Associação de Beach Tennis da Joaquina) deu-se com alguns tenistas e professores de Tênis da própria associação. Por volta do ano de 2011, Felipe Alencastro (atleta e professor) foi um dos principais responsáveis pela popularização do BT em Florianópolis, com as primeiras aulas e a construção das primeiras quadras oficiais na cidade, localizadas nas areias da Praia da Joaquina (ABTJOACA, 2021).

          Outro marco importante do BT em Florianópolis foi a realização de uma etapa do Circuito Mundial organizado pela ITF em 2010. O evento foi realizado no Resort Costão do Santinho, trazendo atletas profissionais e atraindo a atenção de quem ainda não conhecia o esporte, inclusive da mídia local e nacional (CBT, 2021).

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Os aspectos geográficos e o estilo de vida ativo da população (VIGITEL, 2019) podem ter sido fatores determinantes para a disseminação do BT na cidade. Por se tratar de uma ilha, a cidade possui diversas praias que tornam favorável a prática do esporte de areia. No entanto, com a popularização e a crescente demanda de espaços destinados à prática do esporte, iniciaram-se construções de quadras cobertas.

As primeiras foram construídas em um importante e tradicional Clube de Florianópolis: O Lagoa Iate Clube (LIC) (ABTJOACA, 2021). Com o evidente potencial nicho de mercado, empresários da região visualizaram na modalidade a possibilidade de se experimentar um novo conceito de estrutura à prática com a criação de arenas esportivas. Trata-se de locais cobertos e protegidos do vento e da chuva, que oferecem estrutura de apoio com banheiros, vestiários e lanchonetes, associados a bares e restaurantes, ou seja, uma melhor estrutura para a realização dos jogos e espaços de lazer completos.

Desta forma, a primeira arena coberta fora das praias para a prática de BT na cidade foi a Arena Beach Floripa, inaugurada em 2016 e localizada no bairro Córrego Grande, na área central de Florianópolis (GSHOW, 2021). Desde então, o surgimento de novos espaços semelhantes é cada vez mais comum na cidade. Em seu estudo, Silva e Cisz (2020) realizaram um levantamento no qual identificaram a existência de 14 arenas destinadas à prática de esportes de areia em Florianópolis.

Além disso, vale destacar que o incentivo da prefeitura com a abertura de quadras públicas também foi muito importante para a disseminação, popularização e democratização do esporte na cidade (Gonçalves, 2017). Como, por exemplo, as quadras públicas que foram inauguradas em 2017 na Beira-Mar Norte, bairro central e de alto padrão de Florianópolis.

O acontecimento foi marcante para toda a população em geral, já que a Beira-Mar é um dos lugares mais frequentados na Ilha para a realização de atividades ao ar livre, pela segurança e possuir uma estrutura, por mais escassa que seja. Essa foi, portanto, uma vitória da população de Florianópolis: a obtenção de um espaço público, organizado e planejado para a prática dos esportes de areia como: Beach Tennis, Futevôlei e Vôlei de Praia (A, 2017).

 

Tendências do Beach Tennis no Brasil

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Por meio dos gráficos extraídos da plataforma do “Google Trends”, foi possível verificar um crescimento exponencial do BT no Brasil a partir do final de 2018 e início de 2019, sendo considerado o primeiro aumento significativo no país (Figura 1). Os números representam o interesse de pesquisa (relativo ao ponto mais alto no gráfico) de uma determinada região em um dado período. Um valor de 100 representa o pico de popularidade de um termo. Um valor de 50 significa que o termo teve metade da popularidade. Uma pontuação de 0 significa que não havia dados suficientes para apresentar pesquisas sobre o termo.

 

Figura 1. Interesse ao longo do tempo "Beach Tennis" no Brasil (2008 – 2021).

Fonte: (Google Trends)

 

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Portanto, analisando o interesse ao longo do tempo, o Brasil apesar de ter um destaque nos torneios internacionais nos últimos 10 anos, só veio a ter um crescimento no interesse em geral nos últimos quatro anos. É visível o contraste se comparado ao interesse ao longo do tempo do BT no mundo (Figura 2) e na Itália (Figura 3), a qual é a maior potência do BT no mundo em termos de atletas profissionais e foi a pioneira no esporte. É possível analisar por meio dos picos de popularidade, caracterizados como os pontos mais altos da linha no gráfico, que ocorre um padrão no interesse sobre BT na Itália e no mundo. Considerando que o verão no hemisfério norte começa no dia 21 de junho e, portanto, os meses de junho, julho e agosto são considerados os meses mais quentes do ano e geralmente a população está de férias, é lógico, portanto, que o pico por interesse ocorra nesses meses como demonstrado no gráfico.

 

Figura 2. Interesse ao longo do tempo de Beach Tennis no Mundo (2004-2021)

Fonte: Google Trends

 

 

Figura 3. Interesse ao longo do tempo "Beach Tennis" na Itália (2004 – 2021)

Fonte: Google Trends

 

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Porém, por mais que o padrão se repita, é visível a queda na média total nos últimos cinco anos, o que demonstra uma queda no volume geral do interesse dos italianos e nos demais países de forma geral. Porém como demonstrado na Figura 2, nos últimos 2 anos houve uma quebra do padrão do gráfico, ocorrendo um aumento significativo e constante, muito parecido com o padrão encontrado na Figura 1, o qual evidencia um aumento grande no interesse sobre o BT no Brasil. Portanto, é notável a influência do Brasil no BT mundial, levando em consideração os picos encontrados tanto no Brasil como em Santa Catarina (Figura 4)

Figura 4. Interesse ao longo do tempo "Beach Tennis" em Santa Catarina (2008 – 2021)

Fonte: Google Trends

 

Vale ressaltar que em 2020 o mundo entrou em pandemia pela COVID-19, sendo assim, por conta das recomendações de isolamento social ocorreram diversas restrições à prática de atividades físicas, porém o crescimento do BT no Brasil e Santa Catarina permaneceram mostrando um potencial real de crescimento da modalidade em todo território brasileiro. Por mais que o BT seja um esporte de praia, é possível verificar que mesmo em períodos de inverno em Santa Catarina. Assim como, já mencionado no estudo, desde a difusão do esporte por todo o território brasileiro, foi possível verificar aumentos no interesse em regiões não litorâneas (Figura 5), consolidando assim a expansão dos modelos de arenas (indoor), que estão atraindo diversos públicos para essa modalidade em ascensão.

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Figura 5. Interesse pelo Beach Tennis no Brasil por sub-região

Fonte: Google Trends

 

Na Figura 5 é possível analisar que Santa Catarina está liderando o interesse sobre “Beach Tennis” e que outros estados como Distrito Federal e Mato Grosso do Sul que são regiões não litorâneas estão em alta também. Em contrapartida, há ainda Unidades da Federação que não foram impactadas com essa crescente, como os supracitados, é o caso, por exemplo, do Estados de Rondônia, Roraima e Acre.

No quesito praticantes, ocorreram aumentos exponenciais de inscrições em torneios oficiais. Desde o ano de 2015, esse aumento vem demonstrando que além de lazer, o BT está atraindo também pessoas que buscam aprimoramento e competitividade (Figura 7).

Figura 6. Número de inscrições totais

 

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                   Figura 7. Número de torneios organizados pela FCT e CBT e ITF em Santa Catarina

 

Vale ressaltar que para a análise de 2021 levou-se em consideração apenas os três primeiros meses do ano. E apesar das dificuldades encontradas pela COVID-19, o ano de 2021 em apenas três meses já atingiu um número significativo de inscrições, corroborando para as perspectivas do BT no Brasil e em Santa Catarina.

 

Perspectivas do Beach Tennis

O BT é um esporte recente, que conquistou em termos de expansão territorial boa parte da Europa e dos países do hemisfério norte, e, por se tratar de um esporte de fácil aprendizagem, jogado na praia, dinâmico e inclusivo em questões motoras, tende a aumentar sua popularidade nos próximos anos no Brasil. A existência de polos não litorâneos de BT no país demonstra a grande força expansiva e popularização da modalidade entre os brasileiros.

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Por meio das análises realizadas foi possível criar uma perspectiva de expansão por pelo menos três anos ainda, se levado em conta o padrão de expansão e picos de popularidade do BT que ocorreram no mundo e na Itália. É necessário a criação de bons modelos de negócios, além da ação efetiva do estado, através de leis de incentivo ao esporte, para que a modalidade ganhe espaço e se torne cada vez mais popular. Para Tubino (2017) é de extrema importância a criação de ídolos para se atingir o sucesso de uma manifestação esportiva, a associação de um ídolo traz um sentimento de pertencimento, se tornando um modelo para as futuras gerações. Portanto, o conjunto de fatores positivos que o crescimento do esporte tem trazido para o Brasil, aliado com esse enraizamento criado pela união entre sociedade e estado, é fundamental para um desenvolvimento efetivo e sólido.

 

Perspectivas do Beach Tennis em Florianópolis

Em seu estudo, Silva e Cisz (2020) analisaram o mercado para a abertura de um empreendimento voltado para a prática de BT em Florianópolis.  A conclusão do estudo apontou que apesar do número de ofertas de quadras indoor e outdoor terem crescido exponencialmente nos últimos tempos na cidade, ainda é justificável a abertura de novas arenas e espaços para a prática do BT visto a grande demanda de pessoas interessadas pelo esporte.  

É notável a grande expansão da modalidade em Florianópolis, assim como em Santa Catarina e no Brasil, perspectivas as quais provocam uma tendência ainda maior desse crescimento permanecer durante um tempo. É necessário criar modelos de negócios os quais tragam acréscimos diretos para o crescimento do esporte e sua estruturação profissional.

É necessário saber aproveitar essa expansão para reter o público. Não é possível traçar uma possibilidade do que será o BT em Florianópolis daqui a algum tempo, porém analisando os outros países que já passaram pela febre inicial, é possível compreender que a crescente ainda está no começo, há uma possível tendência de isso se permanecer por mais alguns anos, podendo se tornar um esporte conhecido e popular que irá agregar a uma população uma nova atividade e uma nova maneira de lazer. 

Além disso, Guiducci, Danailof e Aroni (2019) evidenciam que o esporte tem crescido de forma arbitrária e precoce, uma vez que sua prática é de simples acesso, possui uma fácil difusão e o interesse em ganhar maior visibilidade midiática também corrobora para esse avanço desenfreado. Dentro desse avanço é visto que faltam profissionais qualificados que atendam todas as necessidades do cliente, desde estruturas físicas, até profissionais que ensinam o esporte. Devido ao crescimento e a falta de uma capacitação séria e comprometida com a educação de qualidade, é normal encontrar profissionais com outras formações dando aula de BT.

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Florianópolis tem todas as características de uma capital ativa e saudável, sendo uma cidade rodeada por inúmeras praias e faixas de areias habitáveis, portanto, como visto anteriormente, o Brasil está num crescente significativa e dentro do Brasil o estado que mais possui interesse e popularidade é Santa Catarina, sendo Florianópolis o local com maior procura sobre “Beach Tennis” no Google. Ou seja, possui tendência de a cidade ser uma das capitais mais importantes e com mais praticantes proporcionais ao número de habitantes.

Seguindo esse crescente números de arenas, é possível verificar (Figura 8) que atualmente Florianópolis conta com 17 arenas espalhadas pela ilha, sendo 14 dentro da ilha. É notável também que ocorre uma boa abrangência dessas arenas, tornando cada vez mais acessível a prática do esporte. Vale ressaltar que Florianópolis conta com quadras públicas, espalhadas também por toda a região, porém o estudo realizou apenas o mapeamento de arenas privadas.

 

Figura 8. Mapeamento das arenas de Beach Tennis em Florianópolis.

Fonte: Os autores (2021)

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIs

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Sabe-se que ainda se tem pouquíssimas referências acadêmico-científicas sobre o BT no Brasil. Porém, por meio do referencial encontrado, aliado às matérias de jornais, livros, artigos, documentos oficiais das entidades regulamentadoras, e dos dados obtidos no levantamento do “Google Trends” e “Google Maps”, pode-se considerar que esta pesquisa permitiu, de maneira incipiente e exploratória, aprofundar os conhecimentos do histórico e da atual realidade do BT na cidade de Florianópolis. Visando contribuir para a valorização desta prática enquanto meio de promoção da saúde e da qualidade de vida dos seus praticantes.

Foi possível, por meio dos dados obtidos, confirmar a crescente valorização e interesse - tanto por meio da população, como do mercado de empreendimentos - pelo BT em Florianópolis. Assim, vê-se claramente viável a manutenção do crescimento da modalidade na capital e em todo o estado de Santa Catarina.

Especialmente se comparado às circunstâncias mais maturadas em que se encontram a Itália e outros países do mundo, que já ultrapassaram essa “primeira onda” de popularização do esporte, é possível traçar ainda uma progressiva evolução do BT em todo território brasileiro. Além disso, destaca-se que no que tange aos locais de prática esta pesquisa limitou-se aos dados obtidos pela plataforma “Google Maps”, que, provavelmente, é inferior ao número efetivo de locais de prática presentes na Ilha de Santa Catarina. Destaca-se também que, esta projeção de crescimento promissora deve-se à criação das arenas (indoor) que permitem que a prática não dependa de questões climáticas.

 

Referências

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[1] A International Tennis Federation é a entidade responsável pela gestão do Tênis de Campo em nível internacional, bem como é a entidade legitimada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para representar a modalidade no sistema olímpico. A ITF é hoje também, a entidade internacional que gerencia o Beach Tennis.