NEUROCIÊNCIA DO EXERCÍCIO E DO ESPORTE: UMA CHAMADA PARA A AÇÃO
Resumo
As Ciências do Exercício e do Esporte avançaram muito nos últimos cem anos, especialmente nas áreas da Fisiologia e da Biomecânica. Entretanto, um dos maiores problemas da Educação Física não foi solucionado: a adesão ao estilo de vida ativo. Dependendo da população investigada e do tipo de análise, a prevalência de sedentarismo pode chegar a quase 90% (Siqueira, Facchini et al. 2011). Nesse sentido, precisamos compreender melhor o que faz o indivíduo aderir a um programa de treinamento físico. Os benefícios do exercício físico como estratégia profilática e terapêutica de diversas doenças cardiovasculares e metabólicas são incontestáveis (Fiuza-Luces, Garatachea et al. 2013). As evidências também mostram o papel do estilo de vida ativo na redução do risco de transtornos de humor e de doenças neurodegenerativas, mostrando que indivíduos mais ativos apresentam uma redução de até 45% no risco de desenvolver doenças como a Doença de Alzheimer (Hamer and Chida 2009). Para alcançar esses benefícios, é preciso desenvolver estratégias de implementação do estilo de vida ativo de forma maciça na sociedade, e as Ciências do Exercício e do Esporte precisam ampliar o conhecimento para outras áreas menos exploradas até então. A Neurociência, apesar de ser uma ciência nova, vem contribuindo para o melhor entendimento da relação entre o exercício físico e o cérebro. Nos últimos vinte anos, pesquisadores investigam diversas questões relacionadas ao efeito de diferentes tipos de treinamento físico no funcionamento do cérebro, seja para a melhora da saúde mental ou do desempenho (Deslandes 2013, Matta Mello Portugal, Cevada et al. 2013).