EDUCAÇÃO FÍSICA NO “NOVO ENSINO MÉDIO” ANÁLISES PRELIMINARES.

Auteurs

  • Guilherme de Souza Marques Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes https://orcid.org/0000-0001-5012-8000
  • Vinicius Branco Freire Silva Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes

Mots-clés :

Educação Física. Educação Básica. Ensino Médio.

Résumé

O trabalho traz como proposta, analisar a Educação Física na reforma do ensino médio segundo a Lei 13415/17, sendo o mesmo, orientado sobre a égide das múltiplas vias de formação e a Base Nacional Comum Curricular. O estudo é do tipo teórico, a metodologia utilizada será buscas em bases de dados como SciELO, Scopus, Google Acadêmico e etc. Fizemos uma revisão acerca da temática da pesquisa, análises de documentos como Leis e a Base Nacional Curricular Comum. Nossa primeira hipótese sobre o trabalho foi balizada que à reforma do ensino médio faz parte de um processo de formação para o desemprego e intensificação do trabalho precário. A segunda hipótese salienta que, a Educação Física segundo a Lei 13415\2017 compõe parte de um projeto de domínio, controle e subordinação dos filhos da classe trabalhadora. Supomos que algumas “competências” trabalhadas na disciplina podem estar associadas à condição desemprego e trabalho precário. Algumas questões, à reforma do ensino médio a priori é algo que tem um movimento complexo, surge em meio a alguns testes de um ensino médio mais atrativo aos jovens que vai engendrar a Medida Provisória 746/2016. Dentre as justificativas em relação às mudanças do ensino médio algumas falam sobre; evasão escolar, o baixo desempenho em avaliações externas, à falta de articulação entre ensino médio e trabalho, e à Educação que não vem contribuindo para o aumento da produtividade dos trabalhadores. Ademais, no percurso da pesquisa buscamos bases em obras de referências teóricas do materialismo histórico dialético para apontar uma nova concepção de nível médio. Encontramos uma formação que está fundamentada na fusão entre teoria e prática, buscando um desenvolvimento em todas as dimensões com a finalidade de superar o paradigma da divisão social do trabalho. Tais princípios foram pensados por Marx e atualizados por Gramsci no que o último nomeou como escola unitária, que era a instituição que contribuiria para a formação da classe trabalhadora em uma perspectiva de totalidade. Também o presente debate apresentou algumas reflexões da Educação Física na Lei 13415-2017, e na base nacional curricular comum do novo ensino médio. A medida provisória 746/2016 responsável pela reconfiguração do ensino médio colocava fim a obrigatoriedade das disciplinas de Sociologia, Filosofia, Artes e Educação Física no Ensino Médio. No entanto, após uma série de processos em relação a tramitação da referida matéria dentre eles audiências públicas e a apresentação de emendas parlamentares entre os dias 23 e 30 do mês de setembro de 2016. As emendas apresentadas somaram 568, desse somatório 149 foram aceitas, dentre elas, um quantitativo significativo faziam referências ao retorno da obrigatoriedade das disciplinas aqui sinalizadas no entorno de 71. E, cerca de 56 emendas salientavam o retorno da disciplina de Educação Física de forma mais específica. Pontuamos que a E.F tem a sua obrigatoriedade na letra da Lei 13415/2017 segundo “estudos e práticas”, logo entendemos que existe a necessidade de análises da materialidade da reforma para compreender como a Educação Física irá se desdobrar sobre bases concretas. Ademais, na BNCC do ensino médio a Educação Física, o que nos pareceu que ela potencializa os mecanismos cognitivos, que podem despertar a curiosidade e pesquisa. Nesse sentido, a curiosidade seria um princípio necessário para os futuros trabalhadores, pois existe à necessidade de sempre estar disposto a aprender, pois o mercado de trabalho passa por tribulações de maneira constante com novas tecnologias e diversas inovações. Então supomos que à Educação Física precisaria funcionar como um start para auxiliar no desenvolvimento das pesquisas, essa última poderá ser um elemento primordial para surgimento de novos produtos e tecnologias, que podem reduzir os custos da produção. E, essas habilidades à priori podem ter uma conexão direta com a possibilidade de gerar trabalho não pago, essas seriam competências fundamentais para aqueles que buscam uma oportunidade na era do conhecimento. Igualmente, sinalizamos que não somos contrários a capacidade de criatividade da classe trabalhadora e sua curiosidade, nossa crítica aqui é referida ao dobramento de tais características que podem emergir no interior da disciplina de Educação Física aos fenômenos imediatos do mundo trabalho alienado. Logo, acreditamos que esses elementos são indícios que direcionam parte das funções dos professores para que seus alunos busquem o seu melhor projeto de vida, com possíveis orientações para situação de desemprego, trabalho precário, lazer e dentre outras possibilidades. Sendo que, entendemos que essa forma de orientar os sujeitos pode jogar sobre a escola, em especial os professores à responsabilidade de conduzir os alunos ao caminho do “sucesso”, ignorando completamente as questões estruturais da sociedade dividida em classes sociais com interesses antagônicos. Logo, acreditamos que as orientações ou (auxílios) devem ser feitos, de maneira crítica analisando a realidade, e as contradições da organização social vigente. Igualmente, o trabalho salienta uma contribuição relevante para se contrapor à Educação Física na reforma do ensino médio, nesse sentido à Pedagogia Crítico Superadora pode contribuir como alternativa possível à visão apresentada na BNCC. Verificamos que a Pedagogia Crítico Superadora é teleológica pela capacidade de projeção na intervenção do real, diagnostica realiza uma varredura sobre o conjunto de variáveis da realidade e judicativa julga o conjunto de elementos da realidade a parti da ética dos trabalhadores. Também, entendemos que à Educação Física no atual momento histórico pode congregar esforços na direção de uma construção de unidade da classe trabalhadora. Nesse sentido, os trabalhos possíveis podem ser desenvolvidos através de resgate histórico de alguns elementos da Cultura Corporal como capoeira. Seria interessante fazer uma reflexão de figuras que apresentem elementos fundamentais da história das lutas da classe trabalhadora no Brasil um exemplo seria Besouro Cordão de Ouro e etc. Bem como, temas relacionados a atividades rítmicas de maneira geral para realizar reflexões, nesta questão, sinalizamos que seria interessante o resgate de enredos de escolas de samba históricos ou contemporâneos como o caso do Grêmio Recreativo Paraíso do Tuiuti no ano de 2018. Que conseguiram demonstrar os mecanismos de controle da sociedade escravocrata que a priori se sofisticaram no processo de desenvolvimento do nosso capitalismo dependente. Os exemplos são os mais diversificados possíveis, é relevante salientar que esse é um estudo que foi desenvolvido sobre muita reflexão, pois este modelo de ensino médio ainda não sabemos quando será implementado de forma concreta. Compreendemos a necessidade de ir à campo buscar informações concretas, bem como, fazer um maior aprofundamento sobre as diversas temáticas aqui tratadas. Como um possível processo de culpabilização das escolas pelo sucesso ou fracasso das escolhas dos discentes que acreditamos que pode ocorrer e que talvez estaria atrelado as mudanças nesse ciclo de ensino. Por hora, ficamos por aqui, e entendemos que este é um estudo ainda embrionário sobre o assunto, que deve buscar entender as diversas variáveis que atravessam o objeto. Nos últimos anos
tivemos algumas mudanças, desde o golpe jurídico parlamentar em 2016, o país passa por uma grave crise, hoje 2020 a classe trabalhadora vem enfrentando um dos maiores inimigos desde o tempo da ditadura empresarial militar. Que é uma extrema
direita com traços de sofisticação, modernidade, maldade e crueldade, no entanto nossa dedicação em relação à nossas pesquisas devem ganhar ainda mais rigor, buscando contribuir para a formação dos filhos dos trabalhadores em um aspecto de totalidade. Indo na direção da superação do atual modo de produção vigente.

Palavras Chave: Educação Física. Educação Básica. Ensino Médio. 

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Publiée

2020-12-10

Comment citer

DE SOUZA MARQUES, G. .; BRANCO FREIRE SILVA, V. EDUCAÇÃO FÍSICA NO “NOVO ENSINO MÉDIO” ANÁLISES PRELIMINARES. RENEF, [S. l.], v. 3, n. 3, p. 3–5, 2020. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/renef/article/view/3550. Acesso em: 24 nov. 2024.

Numéro

Rubrique

Estudos Pedagógicos da Educação Física Escolar