Defende-se a hipótese (H1) de que as intervenções com reflexoterapia podal e auriculoterapia isoladas ou combinadas
reduzem a lombalgia aguda inespecífica de docentes e discentes universitários da área saúde em uma instituição de ensino do
sul do país.
MÉTODO
Estudo clínico, controlado, randomizado, duplo-cego, de natureza quantitativa, que ocorreu em uma Universidade do Sul do
Brasil, no período de fevereiro a agosto de 2019. Participaram desta pesquisa, docentes e discentes da área da saúde.
A divulgação ocorreu via cartazes fixados nos murais da Universidade, mídias sociais e correio eletrônico, e teve apoio das
coordenações dos cursos. Como critérios de elegibilidade adotou-se: ser docente e/ou discente da área da saúde devidamente
matriculado e ou locado no ano de 2019; disponibilizar-se a frequentar todas as sessões do estudo; ter dor na região lombar
aguda; não apresentar lesões, cicatrizes, processos inflamatórios ou infecciosos com comprometimento para a manipulação
dos pontos da orelha e pés. Para exclusão, determinou-se: estar realizando tratamento para dor lombar; estar participando de
alguma outra pesquisa para alívio de dor; ser gestante; ter realizado cirurgias na orelha com alteração na anatomia dos
terminais nervosos e a estrutura auricular; apresentar distúrbios vasculares em membros inferiores como úlceras varicosas e/
ou trombose, diabetes severa com perda de sensibilidade periférica; ter realizado cirurgia nos pés e que estejam apresentando
sinais de cicatrização e sensibilidade; utilizar terapia medicamentosa para controle ou alívio de dor (analgésicos e opióides).
A amostragem foi do tipo probabilística e o tamanho da amostra foi calculado no programa Open Source Epidemiologic
Statistics for Public Health (OpenEpi) 3.03a da Emory University, Escola Rollins de Saúde Pública, Atlanta, EUA. O cálculo foi
realizado com base em dois estudos(5,14), visto que não foram encontradas publicações relacionadas ao tema no formato que
este estudo propõe. O primeiro(5), descreveu os efeitos da reflexoterapia podal no alívio da dor lombar aguda, ao qual observou
a média de intensidade de dor de 4,26±1,44, no grupo controle, e 0,24±0,43, no grupo experimental. Considerando um
intervalo de confiança de 95%, poder de 80%, seriam necessários 2 participantes em cada grupo. Acrescido de 20% de perdas e
recusas, o total da amostra seria de sete participantes.
Já o segundo estudo(14), empregado para análise do cálculo amostral, discutiu as evidências da eficácia da magnetoterapia no
alívio da dor lombar. No final do estudo, foi observado escores médios de intensidade de dor de 2,27±0,5, no grupo controle, e
1,87±0,68, no experimental(14). Considerando um intervalo de confiança de 95%, poder de 80%, seriam necessários 40
participantes em cada grupo. Acrescido de 20% de perdas e recusas, o total da amostra seria de 144 participantes. Face à
necessidade de analisar as duas intervenções, decidiu-se pelo cálculo unificado da amostra, com 151 participantes alocados em
três grupos.
Para a coleta de dados foram utilizados: Questionário de caracterização sociodemográfica (QSD), Escala Visual e Analógica de
intensidade na avaliação da dor (EVA) e Questionário para Lombalgia (QL). A EVA é um instrumento semelhante a uma régua
que possui marcadores numéricos e representações faciais para diferentes níveis de dor, que variam entre leve (de 0 a 2),
moderada (de 3 a 7) e intensa (de 8 a 10). Já o Questionário para Lombalgia (QL)(15) é um instrumento validado para o Brasil,
composto por 27 questões que avalia, em uma escala de 0 a 4, o quanto a dor compromete a execução de atividades
cotidianas na vida dos sujeitos, como: dormir ou permanecer deitado, levantar, sentar, ficar em repouso por diferentes
períodos de tempo e posições, permanecer em pé, caminhar em terreno plano ou inclinado, subir ou descer escadas, pegar
objetos no chão, tossir, dirigir, realizar necessidades fisiológicas (urinar/evacuar), ter relações sexuais, tomar banho, carregar
objetos com peso inferior e superior a 3kg, durante mudanças bruscas de temperatura, durante atividade profissional. A
avaliação da dor nesse instrumento pode variar, para cada ítem, entre: 0 - nenhuma dor, 1 - pouca dor, 2 - dor razoável, 3 -
muita dor, porém suportável, e 4 - dor insuportável(15).