A motivação representa um estado conativo biopsicossocial que leva um indivíduo a atingir
um objetivo ou satisfação. Logo, é possível que a motivação module e seja modulada por
elementos da saúde mental e influencie, assim, o bem-estar emocional. Diante disso, o
objetivo deste estudo foi avaliar a vivência de motivação entre estudantes de Ciências da
Saúde e fatores associados à saúde mental. Trata-se de um estudo transversal e quantitativo,
cuja coleta de dados foi realizada entre setembro de 2020 e janeiro de 2021, por meio de um
formulário digital aplicado entre acadêmicos de Ciências Biológicas, Educação Física,
Enfermagem, Odontologia e Medicina de uma universidade pública mineira. Utilizou-se o
Inventário de Trabalho e Riscos de Adoecimento, que contém vivências de prazer-sofrimento
laboral, para avaliar a presença de motivação entre os acadêmicos nos últimos 6 meses. A
frequência da vivência de motivação foi, posteriormente, transformada em uma variável
dicotômica – até 5 vezes (baixa/moderada motivação) ou 6 ou mais vezes (alta motivação).
Pesquisou-se, ainda, variáveis sociodemográficas, acadêmicas e relacionadas à saúde mental.
Realizou-se estatística descritiva dos dados e análise bivariada por meio de Regressão de
Poisson, com variância robusta, estimando Razão de Prevalência bruta (RP), Intervalo de
Confiança de 95% (IC95%) e p-valor com significância ≤ 0,05 (Teste de Wald), sendo a alta
motivação a categoria a ser testada. Participaram do estudo 618 estudantes, dos quais 6,5% (n
= 40) não apresentaram vivência de motivação nos últimos 6 meses, 78,31% apresentaram
1-5 vezes, enquanto 15,2% (n = 94) apresentaram alta vivência de motivação. Associaram-se
significativamente à baixa motivação: estudantes LGBTQIA+ (RP: 0,35, IC95%: 0,14-0,84);
não morar sozinho (RP: 0,57, IC95%: 0,37-0,90); autopercepção de saúde regular/ruim (RP:
0,62, IC95%: 0,40-0,98); ausência de satisfação com a autoimagem corporal (RP:0,63,
IC95%: 0,43-0,92); depressão grave (RP: 0,43, IC95%: 0,23-0,81); ansiedade grave/muito
grave (RP: 0,62, IC95%: 0,40-0,97); ideação suicida (RP: 0,38, IC95%: 0,18-0,79); estilo de
vida inadequado (RP: 0,30, IC95%: 0,15-0,59). A vivência de reconhecimento, 6 ou mais
vezes nos últimos 6 meses, correlacionou-se à alta motivação (RP: 5,14, IC95%: 2,20-12,00).
Dessa forma, conclui-se que a motivação apresenta-se como um reflexo da saúde mental,
cursando com comprometimento paralelo ao sofrimento psicológico vivenciado pelos
estudantes.
PALAVRAS-CHAVE: Motivação; Saúde Mental; Depressão; Estilo de Vida; Estudante de
Ciências da Saúde.
A RELAÇÃO ENTRE A ENDOMETRIOSE E INFERTILIDADE FEMININA: UMA
REVISÃO DE LITERATURA
Lívia Caroline Bemquerer Veloso¹; Laís Cristina Montenegro Oliveira¹; Isabela Silva Duarte¹; Giovana Carneiro
Malheiro¹; Katyane Benquerer Oliveira de Assis².
¹Acadêmicas do curso de Medicina da UniFipMoc e da Funorte
²Professora Mestre do curso de Medicina da UniFipMoc
INTRODUÇÃO: A endometriose é uma condição ginecológica inflamatória crônica
caracterizada pela presença de tecidos endometriais fora da cavidade uterina. Sua etiologia
ainda não foi totalmente esclarecida e tem acometido cada vez mais mulheres na idade fértil,
cursando, muitas vezes, com dor pélvica e se associando à infertilidade. Diante disso, é
considerada uma doença de alta morbidade. OBJETIVO: Descrever a relação entre a