Diabetes mellitus como fator de risco para o acidente vascular encefálico
Resumo
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença
metabólica, crônica, multifatorial, que acomete grande parte
da população mundial, com prevalência em cerca de 2,8% (171
milhões) da população no ano 2000, com valor estimado para
2030 de 4,4% (366 milhões). O DM constitui-se como fator de
risco para diversas doenças, entre elas o Acidente Vascular
Encefálico (AVE), que se configura como a maior causa de
morte nos países desenvolvidos. Objetivo: Relacionar a
prevalência de AVE em pacientes com DM, devido a ocorrência
de complicações vasculares nesses pacientes e explorar meios
de prevenção de doenças cerebrovasculares (DCV) em virtude
dos elevados gastos mundiais de recursos da saúde no tratamento de DCV. Métodos: A pesquisa consiste em uma revisão sistemática da literatura, com artigos selecionados dos bancos de dados: Scielo, Bireme, Lilacs e Google Acadêmico. Resultados e discussão: A relação entre pacientes diabéticos e a ocorrência de AVE se dá por mecanismos aterogênicos diretos e pela associação com fatores de risco, como a hipertensão arterial (HA) e a hiperlipidemia. A relação pode ser direta também quando relacionados o sexo e a idade do diabético com a ocorrência de AVE, pois mulheres diabéticas são mais propícias a desenvolver o AVE do que homens, e pacientes com DM mais jovens têm mais probabilidade de sofrerem AVE, comparados a pacientes sem DM. Uma complicação do DM que influi diretamente no desenvolvimento de AVE são as taxas elevadas de colesterol, que duplica o risco de AVE em homens e triplica em mulheres. A hiperlipidemia, causada pela diabetes descontrolada, influencia na obstrução das artérias carótidas ou na sua calcificação, o que contribui diretamente para o alto grau de desenvolvimento de AVE isquêmico. A HA, agravada pela DM, causa variadas alterações histopatológicas de lesões nas artérias de pequeno, médio e grande calibre, comprometendo suas estruturas internas, o que caracteriza um possível fator desencadeante para o AVE ou outras DCV. Foi observada em pacientes com DM uma maior resistência a antiagregantes plaquetários, como o ácido acetilsalicílico (AAS), medicamento mais utilizado na prevenção e tratamento de AVE isquêmico. Dessa forma, há a necessidade de doses mais elevadas de ASS para que a ação preventiva desse medicamento seja efetiva nesses pacientes. Conclusão: A relação entre DM e AVE ainda é pouco explorada pelos pesquisadores, porém, as evidências encontradas e os estudos já realizados comprovam uma ligação direta entre ambas. O tratamento adequado da DM e seu diagnóstico precoce são imprescindíveis para se evitar o desenvolvimento de AVE. Uma boa alimentação e hábitos de vida saudáveis, como a prática de atividades física e abstenção do consumo de álcool e tabaco, são fundamentais para prevenir o surgimento e agravamento da DM e, consequentemente, das suas complicações.
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