Síndrome de burnout nos profissionais da saúde
Abstract
A síndrome de burnout (SB), ou síndrome do estresse profissional, é uma resposta ao estresse emocional crônico intermitente que incide sobre profissionais que lidam diretamente com pessoas. O termo burnout pode ser traduzido como “queima após desgaste”, como algo que deixou de funcionar por exaustão. Aproximadamente 50% da classe médica, em especial médicos jovens e do sexo feminino, apresentam algum grau de acometimento pela SB. Dentre esses profissionais, um terço é significativamente afetado e um décimo apresenta uma forma grave com características irreversíveis. Objetivos: Realizar uma revisão de literatura acerca da síndrome de burnout nos profissionais da saúde, identificando seus sinais, sintomas e fatores de risco. Material e Métodos: Realizou-se uma revisão literária nas bases de dados SciELO e LILACS, com os seguintes indexadores: burnout, estresse ocupacional e saúde mental dos profissionais da saúde. Foram elegíveis artigos publicados a partir de 2003, que relacionassem a síndrome de burnout, seus conceitos e suas comorbidades aos profissionais da saúde. Resultados/Discussão: A SB é constituída por três dimensões relacionadas, mas independentes, que são a exaustão emocional, tida como carência de energia para desempenhar funções; a despersonalização, percebida quando o profissional passa a tratar os pacientes e colegas de forma distante e impessoal; e a baixa realização profissional, revelada na diminuição da autoconfiança, insatisfação e infelicidade com o trabalho. Os trabalhadores acometidos podem apresentar sinais e sintomas somáticos, psicológicos e comportamentais, sendo que os somáticos são cefaleia, doenças cardiovasculares, insônia e dispneia. Humor depressivo, irritabilidade, ansiedade, frieza, ceticismo e desinteresse são os sinais e sintomas psicológicos. No entanto, a sintomatologia principal está no âmbito comportamental, refletindo-se em consultas rápidas, isolamento social, afastamento familiar e redução do contato visual. O consumo de álcool, drogas ilícitas e antidepressivos pode se tornar frequente. Os profissionais da saúde com maior susceptibilidade a desenvolverem a SB são aqueles submetidos à demanda excessiva de trabalho, longas jornadas, baixas remuneração e autoestima, insegurança, dificuldade de ascensão na carreira, sobrecarga de tarefas e exposição constante ao risco, ao sofrimento e à morte. Conclusão: Conhecidos os fatores de risco da SB, esforços devem ser feitos para minimizá-los, uma vez que a referida síndrome compromete a saúde dos trabalhadores, a qualidade dos serviços prestados e o equilíbrio financeiro das instituições envolvidas. Ações como o diagnóstico precoce podem tanto reduzir a incidência da SB, quanto evitar a evolução para quadros graves, com características irreversíveis. No entanto, fica a percepção da necessidade de evolução no que tange à prevenção e ao tratamento.
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