Óbito fetal intra-útero em um hospital no norte de Minas Gerais
Resumen
A mortalidade perinatal, da qual o óbito fetal é
uma subdivisão, é um bom indicador das condições de vida de
uma população, permitindo uma análise detalhada da
qualidade de assistência prestada à mulher no pré-natal.
Objetivo: Caracterizar o óbito fetal intra-útero anteparto em
uma maternidade no Norte de Minas. Material e Métodos:
Trata-se de estudo realizado em gestantes com óbito fetal
intra-útero ante parto, no período de primeiro de janeiro de
2010 a 31 de dezembro de 2012. A amostra foi obtida através
das fichas resumo constantes no Comitê de Mortalidade
Infantil do Hospital. Foram incluídas gestantes com diagnóstico
de óbito fetal ocorrido antes do início do trabalho de parto,
com idade gestacional igual ou superior a 20 semanas e ou peso maior que 500g. As variáveis analisadas foram: idade materna, idade gestacional, gestação múltipla, polidrâmnio, desnutrição, álcool/drogas, peso ao nascimento, circular de cordão, tipo de parto, motivo da internação, hipertensão arterial crônica, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, outras infecções, hemorragias e aspecto do líquido amniótico. O projeto de pesquisa foi previamente analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros, MG. Os dados foram avaliados por meio da estatística descritiva, utilizando o software SPSS versão 18.0. Resultados/Discussão: Foram incluídas nesse estudo 26 fichas, sendo que a maioria das gestantes tinham entre 18 e 29 anos e apresentavam gestação a termo (maior que 37 semanas). Observou-se que 69% dos casos não apresentaram nenhum fator de risco associado ao óbito, valor superior àqueles apresentados na literatura médica. Entre as possíveis causas identificáveis, as doenças hipertensivas específicas da gestação, foram responsáveis por 7,7%. Diabetes mellitus, infecção do trato urinário e polidrâmio responderam cada uma por 3,8% e os 11,5% restantes são referentes a múltiplas intercorrências. Conclusões: Este estudo mostrou que, a causa mais prevalente de morte fetal foi à hipertensão arterial, o que sugere que o diagnóstico precoce durante a gestação e a intervenção médica adequada poderiam impactar positivamente nesse cenário. Ainda há um desafio quanto à qualificação da informação sobre o óbito perinatal, especialmente sobre o óbito fetal.
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