Nefropatias associadas ao paciente HIV+
Resumen
Dados de 2013 do Ministério da Saúde mostram
que, aproximadamente, 718 mil indivíduos possuem AIDS no
Brasil, correspondendo à 0,4% da população total. Desde a
introdução da terapia antirretroviral em 1995 houve um
declínio da mortalidade pela AIDS no país e esse aumento na
sobrevida possibilitou uma maior observância de
comorbidades associadas à essa população. Importante grupo
de doenças associadas ao HIV, as nefropatias são de causa
multifatorial e, devido às suas repercussões orgânicas,
constituem relevante alvo de estudos. Objetivo: Discutir os
fatores associados à ocorrência de nefropatias em pacientes
portadores do vírus HIV. Material e Método: Revisão
integrativa realizada na Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando
como descritores “Nefropatias” e “HIV” simultaneamente e
“Nefropatia Associada a AIDS” anteriormente consultados no DeCS. Os seguintes critérios foram adotados para refinamento da pesquisa: texto completo disponível em inglês/português, corte temporal de 20 anos pregressos, temática condizente com o objetivo e exclusão de resultados repetidos. Resultados e Discussão: Foram encontrados 841 trabalhos, sendo selecionados 18 para compor a base do presente estudo. A implementação da notificação compulsória do paciente HIV+ tornou possível um acompanhamento mais efetivo e longitudinal dessa doença pelo sistema de saúde, o que fez com que as terapias antirretrovirais fossem mais difundidas e aceitas pelo doente. Estudos mostram uma relação positiva entre drogas do coquetel antirretroviral e a ocorrência de nefropatias, sendo uma das mais relacionadas a Indinavir (IDV). Por possuir baixa solubilidade, favorece a formação de cristais de ácido úrico que podem precipitar nos túbulos renais e desencadear afecções. Outras causas associadas às nefropatias são as dislipidemias, isquemia, uso de radiocontraste e distúrbios metabólicos. O próprio retrovírus é associado como fator causal na modificação das células renais, provocada pela sua integração ao DNA hospedeiro, liberação de interleucinas e interferon e possível ação pró-apoptótica. Ademais, observou-se uma maior incidência de nefropatias na população negra, HIV+ com alta carga viral a baixa contagem de CD4+. Dentre as afecções mais prevalentes estão a glomeruloesclerose segmentar focal, a insuficiência renal aguda e as infecções renais e suas manifestações mais comuns são edemas, hipertensão arterial, elevação da creatinina e do colesterol sérico. Conclusão: As causas das nefropatias associadas aos pacientes HIV+ são multifatoriais, porém observa-se importante associação com o próprio vírus e com os antirretrovirais. Assim, recomenda-se a rotatividade das drogas de tratamento e a ingestão de, pelo menos 1,5l de água por dia, no intuito de aumentar a depuração renal das substâncias nefrotóxicas e prevenir injúrias e posterior falência renal. Mudanças nos hábitos alimentares colaboram para evitar outros fatores de risco como as dislipidemias e os distúrbios metabólicos.
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