O MOVIMENTO SINDICAL BRASILEIRO NOS ANOS 2000
HEGEMONIA NEODESENVOLVIMENTISTA E PERDA DE COMBATIVIDADE
Palavras-chave:
Estado. Partido dos Trabalhadores. Sindicalismo.Resumo
O presente artigo discute as inflexões, no âmbito do movimento sindical brasileiro, das configurações do Estado sob a hegemonia de governos do Partido dos Trabalhadores no Brasil. A pesquisa de base qualitativa, construída a partir de pesquisa bibliográfica e documental, problematiza os posicionamentos e estratégias sindicais que conformaram, ao nosso ver, uma burocracia sindical orientada para participação ativa no processo de legitimação da política de Estado neodesenvolvimentista, em detrimento da ação protagonista nas lutas operadas pelos trabalhadores nos anos 2000, a exemplo das jornadas de junho de 2013. A Central Única dos Trabalhadores, devido sua aproximação histórica com o Partido dos Trabalhadores, incorporou o discurso do “milagre brasileiro”, em especial, da distribuição de renda, de maneira que suas análises e estratégias sustentaram o projeto governista em curso. Já a Força Sindical teve a subordinação ao patronado como marca central de sua atuação, apontando no sentido de controle e contenção dos conflitos.
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