A COVID-19 E SEUS IMPACTOS NO SISTEMA PRISIONAL EM SERGIPE
DOI:
10.46551/rssp.202104Palavras-chave:
Sistema Prisional; Racismo Estrutural; Pandemia; Sergipe.Resumo
Diante da situação de crise sanitária, ocasionada pela pandemia da Covid-19, nos marcos da crise do capital, torna-se necessário explicitar como esse cenário impacta a dinâmica prisional, com ênfase na realidade sergipana. O presente artigo tem como objetivo principal proporcionar um processo reflexivo-crítico acerca da configuração do sistema prisional em Sergipe em tempos de pandemia, com uma revisão bibliográfica e pesquisa documental, a partir do materialismo histórico dialético, como método de análise. Identificamos como as condições precarizadas do sistema prisional propiciam a expansão da pandemia, expondo seus(uas) internos(as) às mais variadas violações de direitos e situações de matabilidade. Tais impactos revelam-se mais contundentes perante à juventude negra e pobre, que compõe a maior parte da população prisional, processo que escancara as particularidades da dimensão do racismo estrutural, e do projeto de controle sócio-racial. Ademais, demonstramos algumas das medidas utilizadas para mitigar os efeitos da pandemia nesse espaço que, apesar de importantes, revelam-se limitadas, diante de todo o cenário caótico do cárcere sergipano. Como poderemos perceber, tais elementos explicitam os fundamentos das medidas de aprisionamento e das formas de controle capitalista mobilizadas em face do excedente de força de trabalho, e que no contexto de pandemia tem essa condição agravada nas prisões.
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