CAPITALISMO DEPENDENTE, CLASSES SOCIAIS E REVOLUÇÃO NA AMÉRICA LATINA NA INTERPRETAÇÃO DE FLORESTAN FERNANDES
DOI:
10.46551/rssp202419Palavras-chave:
Florestan Fernandes. Capitalismo dependente. Classes sociais. América Latina. Revolução.Resumo
O objetivo deste artigo é recuperar as principais formulações de Florestan Fernandes presentes nos ensaios publicados em “Capitalismo dependente e classes sociais na América Latina”, há mais de 50 anos. A ênfase de tais formulações é colocada no que constitui o dilema do capitalismo dependente e tem como eixo de análise o desvendamento da subordinação estrutural de América Latina ao imperialismo, a compreensão do sistema de colonização, a expansão do capitalismo em condições de heteronomia permanente, os elementos que causam a impossibilidade da modernização burguesa, o papel das classes sociais, a manutenção das estruturas características do antigo sistema colonial e do neocolonialismo, além de abordar o desafio da sociologia crítica. Entende-se que aspectos expostos nesses ensaios permitem problematizar, com renovada atualidade, dilemas de nossos países latino-americanos. Diante disso, conclui-se que tais formulações contribuem com a teoria do desenvolvimento capitalista, o entendimento da nova forma de imperialismo, a hegemonia norte-americana e a compreensão de possíveis caminhos para o seu enfrentamento. Ademais fica patente que o aprofundamento da dependência é promovido através da consolidação da hegemonia burguesa conglomerada que exclui interesses de amplas parcelas da população. Tal hegemonia utiliza a estrutura do Estado, a força e a instauração de instrumentos antidemocráticos, populistas e demagógicos que perpetuam e acentuam a concentração dos mecanismos de poder e as disparidades econômicas, sociais, políticas e culturais. Nesta perspectiva, só a “revolução contra a ordem” constitui uma ruptura real que possibilita a criação de um verdadeiro salto histórico dos países latino-americanos.
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