SAÚDE MENTAL, A CLÍNICA DE CUIDADOS E PROMOÇÃO DE VIDA
O OLHAR ÀS PESSOAS EM CRISE DENTRO DA DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICA DO SERVIÇO SOCIAL. QUE FAZER É ESSE?
DOI :
10.46551/rssp202321Mots-clés :
Saúde Mental. Fazer profissional. Serviço Social. Crise.Résumé
Apesar das conquistas na luta antimanicomial fruto da Reforma Psiquiátrica, o manejo e a intervenção na crise em saúde mental ainda passa por questionamentos, carregando ampla discussão desde os aspectos técnicos do manejo até as questões ético-políticas. Por meio de uma análise histórica e da prática do fazer profissional nessa clínica, este trabalho busca tecer considerações e reflexões de crise em saúde mental, indicando possibilidades analíticas e interventivas para o manejo por intermédio do acolhimento e escuta e a intervenção crítica da/do assistente social sendo agente potencializador de cuidado dentro dos desafios contemporâneos e disparando inquietações sobre esse fazer nessa clínica dentro de uma perspectiva histórica abarcada pelo modo de produção capitalista e atuais impactos a qual vivemos e sobreviemos. Pretende-se olhar aspectos acerca do fazer profissional, levando em consideração os pressupostos teóricos, metodológicos e operativos do Serviço Social, tendo em vista a formação ética e profissional do mesmo, dialogando com as categorias crise e sofrimento, que são categorias encontradas no projeto terapêutico institucional da Policlínica de saúde mental, trazendo à baila a experiência do Assistente Social nesse serviço de atenção psicossocial, inserido na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) chamado “Santa Maria Acolhe”, a qual se destina acolher casos de crises subjetivas relacionadas ao comportamento suicida, situações de natureza traumática, associadas às ocorrências de violência urbana, e tendo início no desastre do Incêndio na boate Kiss 2013 e atualmente os impactos da pandemia pelo vírus COVID-19. Expressões, estas evidentes na questão social, matéria-prima do olhar do assistente social.
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Références
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