Saber-se quilombola, ser quilombola: o enredamento de Brejo dos Crioulos (MG) nas tramas do aparelhamento estatal

Autores

  • João Batista de Almeida Costa Doutor em Antropologia pela Universidade de Brasília e professor da Universidade Estadual de Montes Claros.

Palavras-chave:

Quilombos, Direitos Constitucionais, Agência administrativa, Atuação Política.

Resumo

As idas e vindas da Comunidade Negra Rural de Brejo dos Crioulos no Norte de Minas desde a instauração
do processo de saber-se sujeito coletivo tradicional, portador de direitos constitucionais que possibilitam garantir
a sua reprodução social e a sua permanência histórica projetada para o futuro, constitui-se o material básico deste
artigo. A reafirmação do passado ancestral exigiu da comunidade o resgate da trajetória histórica desde tempos que
lhes são imemoriais ao tempo presente, atualizando o conhecimento dos diversos processos de territorialização
vivenciados por esse grupo social. Assim, revivificados, vêem-se enredados nas tramas do aparalhemento estatal,
vistos por eles como garantidor dos direitos dos “fortes” contra os “fracos”, no processo de desterritorialização e
comprometimento da reprodução social do seu território tradicional, e não como garantidor dos seus direitos
constitucionais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGUIAR, Cynara Silde Mesquita Veloso de. Coronelismo
em São João da Ponte: 1946/1996. Montes Claros:
Unimontes, 2002.
ARRUTI, João Maurício Andion. “A emergência dos
‘remanescentes’; Notas para o diálogo entre indígenas
e quilombolas”. In Mana 3(2):7-38, 1997.
BARRETO FILHO, Henyo. “Populações tradicionais:
introdução à crítica da ecologia política de uma
noção”. In: Workshop “Sociedades Cablocas
Amazônicas: Modernidade e Invisibilidade”. Parati, RJ
– 21 a 24 de outubro de 2001.
BARTH, Frederik. Ethnic Groups and Boundaries. The
Social Organization of Culture Difference. Boston: Little,
Brown and Company, 1969.
CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. 2. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1999. A Era da Informação:
Economia, Sociedade e Cultura. Volume 2.
COSTA, João Batista de Almeida. Do tempo da fartura
dos crioulos ao tempo de penúria dos morenos. Identidade
através de rito em Brejo dos Crioulos (MG). Brasília:
Departamento de Antropologia da UnB, 1999.
Dissertação de Mestrado.
COSTA, João Batista de Almeida. “Brejo dos Crioulos
e a Sociedade Negra da Jaíba: novas categorias sociais
e a visibilização do invisível na Sociedade Brasileira”.
In: Pós – Revista Brasiliense de Pós-Graduação em Ciências
Sociais, Ano V, 2001, pp 99-122.
CRAPANZANO, Vincent. “Diálogo”. In: Anuário
Antropológico 88. Brasília: Editora da UnB; Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 1991, pp. 59-80.
FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES. “Quilombos no
Brasil”. In: Revista Palmares 5, Brasília, Fundação
Cultural Palmares, 2000.
GOMES, Flávio dos Santos. “Quilombos do Rio de
Janeiro no século XIX”. In: REIS, J. J.; GOMES, F. dos S.
(orgs). Liberdade por um fio. História dos Quilombos
no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. pp.
263-290.
GUIMARÃES ROSA, João. Grande Sertão: Veredas. 30.
ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
OLIVEIRA, Cláudia Luz. Vazanteiros do Rio São Francisco:
um estudo sobre populações tradicionais e
territorialidade no Norte de Minas Gerais. Belo
Horizonte: UFMG, 2005. (Dissertação de Mestrado).
OLIVEIRA, João Pacheco de. “Uma Etnologia dos
‘índios misturados’? Situação colonial,
territorialização e fluxos culturais”. In Mana 4 (1): 47-
77, 1998.
PEIRANO, Mariza. A favor da etnografia. Rio de Janeiro:
Relume Dumará, 1995.
SANTOS, Sônia Nicolau dos. À procura da terra perdida.
Para uma reconstituição do conflito de Cachoeirinha.
Belo Horizonte: s/d (mimeo).
SILVA, Dimas S. da. “Direito Insurgente do Negro no
Brasil: Perspectivas e Limites no Direito Oficial”. In:
CHAGAS, D. (org). Lições de direito alternativo. São
Paulo: Acadêmica, 1994.

Downloads

Publicado

2020-05-07

Como Citar

BATISTA DE ALMEIDA COSTA, J. . Saber-se quilombola, ser quilombola: o enredamento de Brejo dos Crioulos (MG) nas tramas do aparelhamento estatal. Revista Unimontes Científica, [S. l.], v. 8, n. 2, p. 51–60, 2020. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/unicientifica/article/view/2313. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático