Fatores associados à necessidade de hemotransfusão em recém-nascidos cadastrados em um ambulatório de Follow-up
DOI:
10.46551/ruc.v22n1a03Palavras-chave:
Transfusão de sangue. Recém-nascido prematuro. Anemia. Terapia intensiva neonatal.Resumo
Objetivo: conhecer a frequência e os fatores associados à necessidade de hemotransfusão em recém-nascidos acompanhados em um serviço seguimento de recém-nascidos de alto risco. Metodologia: Trata-se de estudo com base em dados secundários, a partir do grupo de crianças de ambulatório de seguimento no norte de Minas Gerais. Foram coletadas variáveis relacionadas às condições de gestação, parto e permanência na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Após análises bivariadas, seguiu-se regressão de Poisson com as variáveis que se mostraram associadas até o nível de 20%. No modelo final, permaneceram apenas as variáveis que se mostraram associadas à necessidade de hemotransfusão até o nível de 5%, registrando-se as razões de prevalência e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. Resultados: Foram coletados dados de 282 neonatos. Houve ligeiro predomínio do sexo masculino. Mais da metade apresentavam peso de nascimento abaixo de 1500 gramas (59,6%). Entre as intercorrências apresentadas, a sepse foi a mais comum (58,9%). A anemia com necessidade de hemotransfusão foi identificada em 96 prontuários (34,0%). Em uma análise conjunta, as variáveis que se mostraram estatisticamente associadas à necessidade de hemotransfusão para o grupo estudado foram: o peso de nascimento menor que 1500g (RP=1,25; IC95%:1,09-1,39), o tempo de oxigenioterapia igual ou superior a 15 dias (RP=1,42; IC95%:1,29-1,56) e a ocorrência de sepse (RP=1,11; IC95%:1,01-1,23). Conclusão: Observou-se elevada frequência de hemotransfusão para o grupo estudado. As variáveis associadas destacam o papel da prematuridade e dos cuidados com os prematuros no período neonatal.
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