Calibração de examinadores do Levantamento epidemiológico das condições de saúde bucal da população de Montes Claros, MG - Projeto SBMOC
Keywords:
Epidemiologia. Reprodutibilidade dos testes. Estatística. Validação. Levantamento epidemiológico. Inquérito de saúde bucal.Abstract
Introdução: O diagnóstico das doenças bucais apresenta alto grau de subjetividade, podendo ocorrer
divergências nesses diagnósticos em investigações nas quais muitas pessoas são examinadas por diversos
examinadores. Em 1991, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs a padronização de critérios diagnósticos
e o treinamento e calibração dos examinadores. Objetivos: Identificar a concordância inter e intra-examinadores
na calibração dos cirurgiões-dentistas que atuaram no diagnóstico das condições bucais avaliadas no Levantamento
epidemiológico das condições de saúde bucal da população de Montes Claros-MG. Método: A calibração consistiu
da seleção de voluntários, treinamento teórico, treinamento prático, coleta de dados e cálculo da concordância. Trinta
e três cirurgiões-dentistas examinaram e re-examinaram os voluntários, utilizando os códigos e critérios propostos
pela OMS em 1997. Na estimativa das concordâncias, considerando satisfatórios os níveis ≥ 0,60, utilizaram-se
os coeficientes adequados à condição de saúde avaliada: Kappa (condições da coroa dentária e da raiz dentária,
necessidade de tratamento dentário, alteração gengival e uso/necessidade de prótese), Kappa ponderado (fluorose,
cálculo e condições periodontais) e o coeficiente de correlação intra-classe (Dental Aesthetic Indice). Resultados:
Dentre aproximadamente 1600 voluntários, 945 foram selecionados. Os treinamentos teórico e prático demandaram
noventa horas. Após a coleta de dados (sessenta horas) e cálculo da concordância, constatou-se que, dos trinta e três
examinadores, vinte e seis foram considerados aptos a participarem da coleta de dados, dos quais, nove atuaram do
início até a finalização e quinze atuaram em algum momento da coleta. Conclusão: As concordâncias satisfatórias
proporcionaram consistência aos resultados obtidos no levantamento epidemiológico realizado.
Downloads
References
Calibração de examinadores para estudos epidemiológicos
de cárie dentária. Cadernos de Saúde Pública, Rio
de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 153-159, jan-fev, 2001.
2. RONCALLI, A. G. et al. Projeto SB2000: uma
perspectiva para a consolidação da epidemiologia
em Saúde Bucal Coletiva. Revista Brasileira de
Odontologia e Saúde Coletiva, v. 1, n. 2, p. 9-25, 2000.
3. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE.
Levantamento epidemiológico básico de
saúde bucal. 3. ed. São Paulo: Santos; 1991.
4. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Oral Health
surveys: basic methods. 4. ed. Geneva: ORH EPID, 1997.
5. RONCALLI, A. G., et al. Levantamentos
epidemiológicos em saúde bucal: análise da
metodologia proposta pela Organização Mundial
de Saúde. Revista Brasileira de Epidemiologia,
São Paulo, v. 1, n. 2, p. 177-89, Ago, 1998..
6. ASSAF, A. V., et al. Comparação entre medidas
de reprodutividade para calibração em levantamentos
epidemiológicos da cárie dentária. Cadernos de Saúde
Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 9, p. 1901-07, Set, 2006.
7. MUNOZ, S. R.; BANGDIWALA, S. I. Interpretation
of Kappa and B statistics measures of agreement. Journal
of Applied Statistics, v. 24, n. 1, p. 105-12, Feb, 1997.
8. COHEN, J. Weighted kappa: nominal scale agreement
with provision for scaled disagreement or partial credit.
Psychological Bulletin, v. 70, n. 4, p. 213-20, Oct, 1968
9. CICCHETTI, D. V. et al. Assessing the reliability of
clinical scales when the data have both nominal and ordinal
features: proposed guidelines for neuropsychological
assessments. Journal of Clinical and Experimental
Neuropsychology, v. 14, n. 5, p. 673-86, Sept, 1992.
10. FLEISS, J. L. Statistical methods for rates and
proportions. New York: John Wiley Sons, 1981.
11. BULMANN, J. S.; OSBORN, J. F.
Measuring diagnostic consistency. British Dental
Journal, v. 166, n. 10, p. 377- 81, May, 1989.
12. BARTKO, J. J.; CARPENTER, W. T. On the
methods and theory of reliability. The Journal of Nervous
and Mental Disease, v. 163, n. 5, p. 307-17, Nov, 1976.
13. COSTA, R. N. Necessidade de tratamento
ortodôntico: validação do DAI (Índice de Estética
Dental) e do ICON (Índice de Complexidade, Resultado
e Necessidade) para a região de Belo Horizonte. 2007.
139 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia) -
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
14. FLEISS, J. L. The Design and analysis of clinical
experiments. New York: John Wiley & Sons, 1986.
15. BRASIL. Ministério da Saúde. Projeto
SB Brasil 2003: condições de saúde bucal da
população brasileira 2002-2003: resultados
principais. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
16. BRASIL. Ministério da Saúde. SB Brasil
2010. Manual de Calibração de Examinadores.
Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
17. EKLUND, S. A.; MOLLER, I. J.;
LECLERCQ, M. H. Calibrating examiners for
oral health epidemiology surveys. Word Health
Organization, 1996; WHO/ORH/Epid. 931.
18. FRIAS, A. C.; ANTUNES, J. L. F.; NARVAI,
P. C. Precisão e validade de levantamentos
epidemiológicos em saúde bucal: cárie dentária
na cidade de São Paulo, 2002. Revista Brasileira
de Epidemiologia, v. 7, n. 2, p. 144-54, jun, 2004.
19. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Calibration
of Examiners for Oral Health Epidemiology Surveys.
Technical Report. Geneva: ORH/EPID, 1993.
20. LUIZ, R. R.; COSTA, A. J. L.; NADANOVSKY,
P. Epidemiologia e bioestatística na pesquisa
odontológica. São Paulo: Atheneu, 2005.
21. CONS, N.C.; JENNY, J.; KOHOUT,
F.J. DAI: the dental aesthetic index. Iowa
City: Iowa College of Dentistry, 1986.
22. SUSIN, C.; RÖSING, C. K. A importância do
treinamento, reprodutibilidade e calibragem para
a qualidade dos estudos. Revista da Faculdade de
Odontologia de Porto Alegre, v. 41, n. 1, p. 3-7, 2000.