Idosos e HIV/aids: algumas considerações sobre a epidemia no estado de Minas Gerais e Brasil
Palabras clave:
Idosos. HIV/AIDS. EpidemiaResumen
Objetivo: O objetivo geral deste trabalho foi descrever a epidemia de HIV/aids entre idosos residentes no
estado de Minas Gerais e Brasil. Metodologia: Realizou-se análise de dados secundários disponíveis no Datasus,
referentes ao período de 1980 a 2008. Foram calculadas taxas, proporções e razões de sexo, trabalhando-se com médias
dos triênios para os casos notificados de HIV/aids. Resultados: No Brasil, entre os casos notificados e acumulados
até 2008, 2,5% acometeram pessoas com 60 anos ou mais, sendo 60,8% destes em homens. Em Minas Gerais, no
mesmo período, foram 3,1% do total de casos notificados em idosos, e 54,4% em homens idosos. O padrão de
disseminação do HIV/aids observado, segundo a categoria de exposição conhecida e registrada, ressaltou a categoria
heterossexual entre os casos estudados em idosos, como também o grande número de casos com categorias de
transmissão ignoradas. Tratando-se da morbidade hospitalar em 2008, 3,55% e 4,99% das internações de idosos pelo
SUS, respectivamente no Brasil e em Minas Gerais, tiveram como causa básica a doença pelo HIV. Nesse contexto,
a mortalidade hospitalar de idosos por doença pelo HIV, em 2008, foi igual a 18,42% para o Brasil e 18,81% para o
estado de Minas Gerais. Conclusão: Conclui-se, portanto, que a epidemia de HIV/aids entre indivíduos com 60 anos
ou mais apresenta movimento crescente das incidências, e caracteriza-se pela primazia da transmissão heterossexual,
contribuindo para o processo de feminização da epidemia.
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