Imagens de “mães pretas” : representações da maternidade e da escravidão na escrita de José de Alencar

Autores

  • Maria Elizabeth Ribeiro Carneiro Doutora em História pela UnB. E-mail: mariaercarneiro@gmail.com

Palavras-chave:

escravidão; maternidade; identidades; raça-etnia; sexo-gênero

Resumo

Resumo: A imagem da escrava Joanna modelada no drama “Mãe”, de José de Alencar, configura um referente
que faz operar o jogo das diferenças e assimetrias sociais: o feminino e o masculino, o cativeiro e a liberdade, o
corpo-mercadoria e o corpo-proprietário. A trama encena um conflito e expõe valores que circulam nos códigos
da sociabilidade carioca oitocentista e a trajetória da protagonista escrava reitera o mito do “amor materno”: a “amade-leite cativa” foi máscara da qual a personagem Joana se serviu para esconder o verdadeiro (e para ela perigoso)
vínculo com o filho, este que ela preferiu e conseguiu disfarçar até o fim do drama e da vida; a reação da personagem
pela dissimulação exibe a violência da ordem escravocrata e, nela, o autor sublinha a vocação feminina para o “martyrio
sublime” da maternidade. Procura-se fazer uma releitura da obra de Alencar à luz dos estudos feministas e de gênero,
no artigo em que se buscou apreender a historicidade de relações de raça-etnia, sexo-gênero, de condição civil e
trabalho e, também, decifrar a positividade dessa representação no imaginário carioca oitocentista.

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Publicado

2020-05-07

Como Citar

RIBEIRO CARNEIRO, M. E. . Imagens de “mães pretas” : representações da maternidade e da escravidão na escrita de José de Alencar. Revista Unimontes Científica, [S. l.], v. 8, n. 2, p. 13–30, 2020. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/unicientifica/article/view/2307. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático