Lutas socioterritoriais nas fronteiras das Minas com os Gerais
DOI:
10.46551/rvg26752395202224065Palavras-chave:
Formação territorial, Fronteiras, Comunidades apanhadoras de flores, Lutas socioterritoriaisResumo
Em Minas Gerais, comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas habitam a porção meridional da Serra do Espinhaço nas proximidades do município de Diamantina. Trata-se de uma área de ocupação antiga no estado que tem particularidades na sua formação territorial, enquanto formação econômico-social, com atualizações na conjuntura atual que delineiam fronteiras entre as “minas” e o “gerais”. No atual contexto incidem projetos político-econômicos, públicos e privados, sobre as terras ancestrais dessas comunidades agrárias, gerando lutas socioterritoriais que revelam aspectos da contemporaneidade do campo brasileiro e desvelam a questão agrária dessa área como pano de fundo dos conflitos em tela.
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