Interpretações geográficas a partir dos trópicos em Casa Grande & Senzala (1934) de Gilberto Freyre
DOI:
10.46551/rvg2675239520232662690Palavras-chave:
Meio tropical, Discurso geográfico, Nação , Gilberto FreyreResumo
O objetivo deste artigo é analisar as leituras e abordagens acerca do “meio tropical” em relação com as ideias de raça e nação, presentes na obra Casa Grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre. Por toda sua trajetória, e em grande parte de seus livros, Freyre abordou e operacionalizou a ideia de meio tropical ao buscar compreender tanto sua influência nas organizações societais quanto os processos de apropriação, integração e usos do meio tropical. Essa tentativa de compreender a natureza e o clima tropical e seus efeitos na formação social brasileira, fez com que o autor produzisse análises e discursos geográficos. Nesse sentido, a abordagem sobre o meio tropical se estabelece como condutor conceitual de outras categorias e discussões, como raça e nação.
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