Indígenas, camponeses e lutas por terra/território na área da hidrelétrica Belo Monte (PA)
DOI:
10.46551/rvg2675239520231300317Palavras-chave:
Indígenas, Camponeses, Hidrelétrica Belo MonteResumo
No trabalho abordam-se alguns pontos do processo de desapropriação/desapossamento de indígenas e camponeses no médio rio Xingu, Estado do Pará, em decorrência da instalação da hidrelétrica Belo Monte, bem como as articulações e lutas desses grupos sociais pelo direito de retornar ao rio de onde foram expulsos. Partindo da perspectiva de que esse processo é uma dimensão da questão agrária brasileira na Amazônia, entende-se as lutas desses grupos sociais como um movimento no sentido de retomar (ou, pelo menos reocupar) frações do território capitalista destinadas à exploração energética no Xingu, buscando re-construir modos de vida e vivências desestruturados. Nesses embates, potencializados pelo envolvimento de agentes mediadores, lançam-se contradições no programa de ação da empresa concessionária de Belo Monte, permitindo a indígenas e camponeses não apenas o retorno (ainda parcial) ao médio Xingu, como sonharem com a criação de territórios ribeirinhos no reservatório principal da hidrelétrica.
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