Indígenas, camponeses e lutas por terra/território na área da hidrelétrica Belo Monte (PA)

Autores

DOI:

10.46551/rvg2675239520231300317

Palavras-chave:

Indígenas, Camponeses, Hidrelétrica Belo Monte

Resumo

No trabalho abordam-se alguns pontos do processo de desapropriação/desapossamento de indígenas e camponeses no médio rio Xingu, Estado do Pará, em decorrência da instalação da hidrelétrica Belo Monte, bem como as articulações e lutas desses grupos sociais pelo direito de retornar ao rio de onde foram expulsos. Partindo da perspectiva de que esse processo é uma dimensão da questão agrária brasileira na Amazônia, entende-se as lutas desses grupos sociais como um movimento no sentido de retomar (ou, pelo menos reocupar) frações do território capitalista destinadas à exploração energética no Xingu, buscando re-construir modos de vida e vivências desestruturados. Nesses embates, potencializados pelo envolvimento de agentes mediadores, lançam-se contradições no programa de ação da empresa concessionária de Belo Monte, permitindo a indígenas e camponeses não apenas o retorno (ainda parcial) ao médio Xingu, como sonharem com a criação de territórios ribeirinhos no reservatório principal da hidrelétrica. 

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Biografia do Autor

José Antônio Marinho, Universidade Federal do Pará

Doutor em Ciências (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo. Docente da Universidade Federal do Pará na Faculdade de Geografia, Campus Universitário de Altamira.

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Publicado

2023-06-16

Como Citar

Marinho, J. A. (2023). Indígenas, camponeses e lutas por terra/território na área da hidrelétrica Belo Monte (PA). Revista Verde Grande: Geografia E Interdisciplinaridade, 5(01), 300–317. https://doi.org/10.46551/rvg2675239520231300317