Mineração na Amazônia: as abordagens da ciência geográfica sobre a questão mineral
DOI:
10.46551/rvg26752395202322193214Palavras-chave:
Amazônia, Geografia, MineraçãoResumo
O artigo resulta de desdobramentos de análises sobre o “estado da arte” a respeito da questão mineral na ciência geográfica no Brasil. Nessa etapa, com recorte espacial analítico voltado para a região Norte.A atividade mineral produz e reproduz o espaço, amparada pelo modo de produção capitalista, que se apoia no Estado,constituindo uma atividade hegemônica que se territorializa. A Amazônia convive com uma atroz violência territorial que subjuga territórios de povos originários, do campo e comunidades tradicionais. O objetivo do estudo foianalisar a produção da Geografia a respeito da mineração na região Norte, no âmbito dos Programas de Pós-graduação em Geografia, entre 1987 e 2020. Adotou-se abordagem qualitativa e análise documental. Os dados foram obtidos por meio do Portal de Dados Abertos da Capes e examinou-se um conjunto de 61 pesquisas. A discussão dos resultados se deu sob uma perspectiva dialética pela via interpretativa da análise de conteúdo no sentido de observar e compreender o movimento da realidade e seus desdobramentos no desenvolvimento teórico-conceitual da ciência geográfica. Notou-se uma tendência crescente de pesquisas sobre o tema, a predominância da categoria território e da linha de abordagem sobre conflitos, além da centralidade analítica no estado do Pará.
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