Comunidades Geraizeiras do Alto Rio Pardo-MG: Reconversão territorial e produção de água no Cerrado

Autores

DOI:

10.46551/rvg2675239520232691709

Palavras-chave:

Cerrado, Biodiversidade, Comunidades Tradicionais

Resumo

No Alto Rio Pardo, Norte de Minas Gerais, as comunidades geraizeiras lutam pela transformação das áreas ocupadas com monocultura de eucalipto em territórios reconvertidos com a vegetação do cerrado. Esse processo tem sido denominado de reconversão territorial agroextrativista geraizeira. Trata-se de um processo social que envolve a delimitação, autodemarcação e regularização fundiária, seja por meio da criação de assentamentos agroextrativista, seja como unidades de uso sustentável (Reservas Extrativistas ou Reservas de Desenvolvimento Sustentável). O artigo tem por objetivo analisar as lutas das comunidades geraizeiras pela reconversão territorial e os efeitos sobre a proteção da biodiversidade e as águas. Os procedimentos metodológicos foram: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, elaboração e interpretação de mapas e dados sobre o uso e cobertura do solo. Os resultados indicam que esse processo de reconversão territorial, em curso, tem possibilitado a regeneração de áreas de cerrado degradadas pela monocultura de eucalipto, com efeitos para a recuperação dos corpos hídricos.

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Biografia do Autor

Rômulo Soares Barbosa , Universidade Estadual de Montes Claros

Doutor em Sociologia. Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Montes Claros-MG. Pesquisador do CNPq.

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Publicado

2023-09-25

Como Citar

Barbosa , R. S. (2023). Comunidades Geraizeiras do Alto Rio Pardo-MG: Reconversão territorial e produção de água no Cerrado. Revista Verde Grande: Geografia E Interdisciplinaridade, 5(02), 691–709. https://doi.org/10.46551/rvg2675239520232691709