Abordagens não-representacionais: Por uma Geografia reimaginada
DOI:
10.46551/rvg2675239520251122140Palavras-chave:
Teoria Não-Representacional, Geografia Cultural, Efemeridade, Práticas Qualitativas, ComplexidadeResumo
Este artigo apresenta a Teoria Não-Representacional como uma possibilidade de (re)imaginação do pensamento geográfico. Por meio de uma revisão bibliográfica, evidencia como a teoria se delineia na Geografia. O texto destaca os fundamentos centrais da Teoria Não-Representacional, enfatizando o cotidiano, a efemeridade e a relação entre tangibilidade e intangibilidade. Inserida em uma busca por um alargamento teórico-prático das formas de compreender o mundo, a teoria se conecta com outras construções sociais do conhecimento, especialmente o pós-estruturalismo, buscando traduzir a complexidade dos eventos intangíveis que ultrapassam as limitações visuais e racionais das representações tradicionais no campo da Geografia. Diante disso, o trabalho apresenta a propedêutica da Teoria Não-Representacional, bem como potencialidades da abordagem, destacando como os autores vêm direcionando suas pesquisas para compreender acontecimentos aparentemente ordinários e banais, mas que possuem uma Geografia complexa. O destaque, portanto, reside na compreensão de que a Teoria Não-Representacional propõe uma forma de entender a prática geográfica, deslocando a centralidade da representação visual para explorar os demais sentidos, as afetações, as intencionalidades, e as potencialidades imanentes às relações permitindo a exploração de um leque metodológico amplo, viabilizando formas complexas de produção de sentido sobre a realidade.
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