A formação socioespacial para melhor compreender o continente africano: notas e exemplos
DOI:
10.46551/rvg267523952024288111Palavras-chave:
Formação socioespacial, África, Colonialismo, Afro-pessimismo, Afro-otimismoResumo
Este trabalho almeja contribuir para a compreensão das particularidades das formações socioespaciais que compõem o continente africano. Para isso, o ponto de partida é a ciência geográfica. Admite-se, portanto, que há um vácuo em estudos acerca dos territórios africanos na Geografia - uma lacuna, que por si só, é política. Destarte, com base na elaboração de formação socioespacial, é possível enfrentar as visões generalistas e generalizantes que normalmente relacionam-se à África. A África não é uma unidade política, mas um continente com 54 territórios distintos. As especificidades não podem ser ignoradas; embora existam pontos de convergência, as diferenças se fazem presentes. Assim, a partir de casos - tal qual o colonialismo, o afro-pessimismo e o afro-otimismo -, busca-se vencer a generalização. Para distinguir características próprias de cada formação socioespacial, foram utilizadas fontes secundárias. A comparação fez-se imperiosa para encontrar convergências e divergências relativas aos países que compõem a África. Com isso, embora a maioria das formações socioespaciais, por exemplo, tenham sofrido com o colonialismo, o próprio processo colonizatório e seu fim foram díspares em cada território. O mesmo ocorre com o afro-pessimismo e o afro-otimismo: o agrupamento abstrato desconsidera exceções.
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